A VESTAL!
A VESTAL!
Nídia Vargas Potsch
DO BAÚ PROCÊS, AMIGOS (AS):
Sob véus diáfanos cubro-me inteira,
Colorindo de azul o seleto momento.
O Fogo Sagrado, crepitando, anuncia:
O início da liturgia do casamento ...
O casal invade o templo com sorrisos luminosos.
Flores e palmas, por toda parte, os embalam com alegria.
Ouço o burburinho alegre dos mais ardorosos
E as descontraídas pilhérias que os encanta de magia ...
Divagando com este amor improvável,
Lágrimas embaçam meus olhos cansados,
Escorrem por minhas faces entristecidas
Sem que possa vertê-las, às escondidas ...
Ver meu eleito casar-se com outra, esmaga-me!
Recordo meu amor
Sentimentos e emoções por ele depreciados.
Tal e qual num pesadelo, perseguida,
Encontro-me, pobre Vestal,
Num inconcluso cerimonial ...
Sem nunhuma credencial ...
Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@
Rio, 26/06/2006