Maré.

A maré está tão turbulenta.

Ainda assim, há peixes inertes

Uns peixes seguem a maré,

Enquanto, outros nadam contra.

Eles não sabem de que lado está o tubarão,

Confundem-se com sombras subaquáticas.

Pobres peixes que não sabem,

Muitos dos peixes que nadam contra o fluxo,

São os que sobreviveram da última leva,

A água antes turva de sangue

Agora, mesmo cristalina, muitos não enxergam.

Não conseguem ver as presas do tubarão,

Por mais que o tubarão pareça sempre sorrir.

E eu que tanto vejo e poderia falar,

Acabo por engasgar com o fluxo da maré.

Mesmo aqueles quem a maré não afeta

Logo o tubarão sentirá fome e a maré terá apaziguado.

Eu seguirei nadando contra a maré,

Até chegar em águas mais tranquilas.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 18/10/2018
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6480003
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