Hoje

Hoje, eu quero o amor em plenitude.

Matar as saudades,

Afogar os receios

Nas águas remanescentes.

Vestir estas asas de penas e pétalas

E voar na imensidão de teu ser!

Hoje, quero pousar em teus braços

E ouvir, outra vez, a brisa da tua boca.

Correr os meus dedos

Em teus cabelos escuros,

Como a noite que passara.

Contemplar o teu rosto,

As dálias da tua face

A neve do teu riso,

Até que eu perca o fôlego.

Hoje, eu quero cair

perder-me em teus olhos

de escuríssimo âmbar,

E adormecer em teu colo (...)

Quero envolver-te,

Beber de teus lábios,

Do nácar destas rosas,

O néctar suave de teus beijos

(que quanto mais eu bebo

Mais sedento fico).

Hoje, eu quero cada gesto,

Cada suspiro

Irrompido de teu seio.

Quero os sonhos

E os instantes caídos das mãos do Infinito,

Que a teu lado me parecem séculos de Primavera.

Hoje, eu quero os aromas,

Os perfumes da tua pele

a embriagar-me os sentidos.

Hoje, eu não me contento

com menos do que tudo.

Quero cada detalhe,

Ouvir o teu silêncio,

Perceber tua voz nascer ,suavemente,

Das nascentes da tua alma,

Nas curvas da tua boca,

E desaguar sobre mim

Como divinos mananciais.

Hoje, eu te quero

Como se nunca antes te quisera,

Como se hoje fora o último dia em que te visse.

Hoje, não quero o Sol

Nem o brilho das estrelas.

Nem mar imensurável

nem o vento sussurrante.

Quero somente a ti.

Somente a ti (...)

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
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