* SANGRANDO *
"...Ó amado!
Não me refugiarei em teu negro silêncio.
O obscuro hoje se faz na retina de teus olhos.
Olhos de castanhos profundos
Feito a negra noite que adentra por sobre a floresta.
Cala-te pelo medo imposto.
Que descendo garganta abaixo
Lhe fizeram engolir.
Não me culpes pela crueldade a ti destinada.
No tempo do agora,
Tornei-me em ventos, tua amada.
Estancando tuas feridas
Curando tuas salivas
Trazendo no agora,
A clareira de um tempo a chegar.
E por esperar!
Hoje silenciou o amor.
Calou em mim teu pedido angustiante.
E delirante
Foram minhas tentativas
De querer um dia
Que aquelas malditas palavras
Morressem abafadas
Dentro de meu peito "soluçante" .
E na angústia do agora.
Volto minha face para o dia que escuresse lá fora.
Ansiando pelo relógio do tempo
E que ele acelere as horas.
Para que na tristeza
Acabe com sua frieza
E o sol volte
A nos iluminar.
E no instante da trégua
Caminhando a léguas
Possamos novamente
Nos amar..."