Raiva, vingança e saudade
A raiva que sinto agride meu pensamento,
Faz dele morada.
Tem o controle monocrático de minha respiração.
A frequência existencial de meus inúteis dias
Estão de acordo à memória do que me fizestes.
Anseio por uma imprecisa e silenciosa vingança,
Mas quero sentir tua mão
Novamente na minha,
Tua risada
Às minhas trágicas indecisões,
Teu olhar fixo, contemplativo e verde
À minha incompetência de ser.
Quero novamente olhar para ti,
Dizer-te que da vida só sabemos que passa -
Arranca-nos o sopro e nos cospe à morte.
Quero voltar a te dizer que nada vale a pena,
Exceto te amar.
Quero, insistentemente quero.
Sabemos, eu e tu, no entanto,
Que nossa história é trágica a mim (não sei se a ti)
E encontramos, juntos (ou nem tanto), um fim.
Mas não desisto.
Vivo, insisto, levanto da cama
Pela esperança inútil de reencontrarmo-nos.