Respirações ofegantes

Vou escrever-te cartas,

de amor e de tesão

É disso que é feita a vida

Fremir forte o coração

Rezo para proteger-te,

Espero-te no portão

Um abraço sempre intenso

E um beijo sem senão

Quero falar de flores

Todas cores do jardim

De perfumes, vaga-lumes

Manacá, rosa e jasmim

Quero caprichar na rima

Morceto e tribulet

Elogiar teu perfume

Ter ciúmes de você

Quero beijos de cinema

Na chuva e no elevador

Envolver-se sempre dói

Envolve paixão e amor

Eu te chamo, sem vergonhas

No meio da multidão

Declaração, serenata

Meia noite em teu portão

Não te escondas no "talvez"

Detesto essa vida morna

Gota a gota, tique e taque

E o tempo se esvai, entorna

Quero beijar os teus pés

Tua barriga e tua boca

Saborear teu suor

Em teus olhos ver-te louca

Entre teu ombro e teu seio

Ali vou me aninhar

Enquanto formos crianças

Nada vai nos separar