Espelho

Se pudéssemos encarar isso de outra maneira.

Erguer castelos em nosso solo maleável.

Plantar verdades em muros seguros.

Onde a ponte encontra o arco distante.

Ondas elegantes quebram o gelo.

O frio percorre, caçando meus fantasmas.

Deveria enxergar o movimento interior.

Enquanto sua estátua se ergue em meu salão vazio.

Espero sua extensão até meus olhos.

A nuvem que me cobre pode ser grande o bastante.

Eu prendo a respiração e olho para cima.

Aguardo sua luz no céu noturno.

Desejo que o céu se mostre espelho.

E me deixe ver seus fantasmas.

Para caçá-los por você.

São letras intensas em preto.

Que se apagam em meus olhos escuros.

Se pudesse tocar o fundo.

Deixar se afogar em bolhas maiores.

A vibração nos toca com outros acordes.

O frio me alcança.

São duas janelas abertas.

Aguardando seus sorrisos distantes.

Como a noite poderia ser escura.

Se brilha para nós.

Se eu pudesse tocar o fundo.