Uma declaração de amor

As vezes se torna árvore,

Enraiza no passado

E extrai do solo,

A formação do seu caráter;

Sólido e hidratado pelas águas do espírito.

Torno-me o vento que lhe acaricia

E a chuva lhe refresca.

Colho flores em primaveras diárias

E espero os frutos do porvir.

Abriga minhas lembranças,

Para em dias sem bonança,

Poder me fazer sorrir.

Quando se torna mar,

Ainda como vento

Causador do seu tormento

E de suas potestades,

Me fascino em seus balanços,

E esqueço dos meus prantos

Acalmando tempestades.

Tudo se acalma

E no canto de sua alma,

Torno-me a felicidade.

Assim que se faz em nuvens,

Abandono meus costumes

De causar tanto pavor;

Sopro leve e suave,

E engrandece as paisagens

E os cenários de amor.

Mantenho-lhe por mais tempo,

Cubro o sol todo momento,

Para que não se liquefaca.

Sou só dengo e orgulho,

Sem causar um só barulho,

Eu me movo em suas asas.

E quando se torna gente

Minha fluidez demente ,

Esquece de quem eu sou;

Não quero servir ao tempo,

Não quero servir o espaço.

Quero me tornar cansaço,

E alívio de sua dor.

Sopro fôlego de vida,

Busco a vida que me resta,

Sopro fôlego de vida,

Busco pétalas de bem-me-quer.

Sopro fôlego de vida,

E de vento exaurida,

Torno-me sua mulher.

Hilary Sevla
Enviado por Hilary Sevla em 08/11/2018
Código do texto: T6497262
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