Te quero

Te quero até o dia

Em que eu me esqueça disso

Querer-te é, quem sabe,

Uma maneira de ter sempre mim

Te quero provocante e ingenuamente

Sem o receio de ferir-me que isso me provoca,

Se a quero, quero por inteiro, toda em mim

Em meu corpo, enquanto o mundo gira sem que eu perceba;

Te quero como um sonho, como um sorriso

Num sentimento que se esquiva de obrigações

Te quero ao não mais querer-te

Tirando-a de dentro de mim

Te quero como se não fosse querê-la mais

Querer-te confunde, entristece

Faz com que a queira muito, o tempo todo;

Te quero desprevenida, indefesa, sensível...

Te quero, simplesmente, e não o escondo

Te quero, já exausto de querer-te.

(M. Oliveira)