Lacuna

Quando só,

a casa ganha espaço,

parece bem maior...

não há abraço.

A cada vazia

em mim fica sem poesia.

Fica sem poesia,

sem poesia fica...

e o amor que ainda resiste

ao dia se estica.

Vira mundo,

triste universo

desalegra a imensidão...

Tudo é reverso,

e ai no mais, se complica

pois também não fica

a canção.

Vira mundo,

triste universo,

se apega ao lamento.

Até o verso escrito

tem eco, por tanto infinito...

tudo é viagem no tempo.

Solidão em casa vazia,

quando ainda se ama,

a poesia rasga

e queima a cama.

Ai quando a cama queima,

é que saudade teima em ficar,

e poesia vai embora...

e todo espaço que há,

abismo de nunca acabar,

também chora.

Lacuna

11-11-2018

13h17min

(Murillo diMattos)

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 11/11/2018
Código do texto: T6500298
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