POR ENCANTO

No quarto da infância, o meu refúgio

Lá, a doce mãe abre livros que cantam

E encantam a menina que bela adormece

Dias de acalanto que são história

Verdades eternas vibram dias brancos de paz

Na esquina da memória,

A visão do abismo

Que nada! Moira enganada...

Previdentes fadas

Fecham a fissura do piso gasto

De amaros amores,

com doce de amoras

Colhidos ao raiar do dia

E deixam delicadamente

tapete de flores pra moça pisar.

Na imagem refletida

No jogo de espelhos

quatro cantos, um milhão de gritos

Encontros infinitos

Mulher atrevida no sonho e na lida

Cigana faceira em noites de luar

Seu homem chegou a tempo, leu o seu pensamento

Com rosa vermelha

chamou pra rodar

Quebrou-se o feitiço,

bruxas encarceradas

Por enquanto

Sem mágoas, nem despedidas

Por encanto

No canto da memória, a vida!

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 12/11/2018
Reeditado em 12/11/2018
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