Amar você

Amar você

È ter a insensatez

de não enxergar os intermúndios

perder a noção de tempo

espaço e realidade

é burlar as circunstâncias

e burilar os sentimentos

que te fazem perfeito

é ver em cada gesto seu

um feito homérico indelével

e ouvir cada palavra

como a mais linda sonata

sentir seu cheiro onde você nunca esteve

mitigar uma culpa inexistente

querendo não te querer

entender que nomomento

tudo o que faz sentido

é a loucura de ter você

Amar você

é como a alba ao surdo

o alarido do mudo

culto ao sol em tempestade

o sabor do absurdo

de colher felicidade

no âmago do deserto

de sonhos e afetos

quebrar barreiras do tempo

com a lucidez do insano

que recolhe de bom grado

migalhas do seu carinho

despendidas por engano

ou descuido de momento

é a lágrima que vem

partilhar com gosto

do imenso desgosto

do existir sem ser

ultimar os versos

trôpegos incertos

colhidos no desespero

de tanto querer e não ter

e encerrá-los no opúsculo

do eterno esquecer.

Silas Santos
Enviado por Silas Santos em 14/09/2007
Código do texto: T652130
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.