Costuras

Incontáveis poesias cantadas

Que saíram do amor à procura

Foram tantas metáforas tentadas

E não o viram em uma simples costura

Eu, agulha afiada

Rompo e penetro, abro caminhos

Tu, linha delicada

Escreves nossa história sem desalinhos

Força bruta é minha habilidade

Foi assim que fui criado

Tu és pura sensibilidade

Que me arrebatou apaixonado

Agulha sem linha

É caneta sem tinta

Força sem virtude

Um pincel que nada pinta

A linha sem agulha

Talento que se extravia

É orquestra sem maestro

À espera de seu guia

Trajetórias com doçura costuradas

Arrematadas em sólidos nós

Tecido de maciez refinada

Formando o que somos nós

Bruno Seligman de Menezes
Enviado por Bruno Seligman de Menezes em 13/12/2018
Código do texto: T6526133
Classificação de conteúdo: seguro