Quem são?

Quem são, estas crianças?

Com seus olhos baços e mortiços

Que mendigam pelos guetos, pelos becos...

Pelas ruas sem saídas de suas vidas.

Quem são, essas crianças?

Que nos olham com seus olhos velhos,

Com seus rostos opacos e sonhos mortos,

De esperanças de uma vida risonha e feliz.

Quem são, essas crianças?

Que nos atacam nas esquinas e se escondem da infância,

E nós fingimos não ver para não sofrer.

Quem são essas crianças?

Que vão passando pela vida sem levar nada.

E nós, deixando de olhar para não sentir.

Isa( 27/08/2004)

Este poema foi selecionado num projeto de Porto Alegre: Poema nos ônibus e trens de 2009