Fotografia

Em vão, busquei teus olhos em velhos retratos de minha existência

Eram recortes que guardei em momentos de felicidade e exultação

Neles estavam as reminiscências de toda a minha vida

lágrimas rasgavam em veredas o meu rosto

A saudade que se me afligia era pungente

Em cada imagem, uma vontade de ser feliz

Talvez viver tudo de novo

Ser feliz, novamente, com a certeza de que tempo bom era aquele

E a felicidade estava distante

A poeira do passado, que sepulta sonhos,

cobria meus olhos de uma névoa insólita

Deixava meus olhos ruborescidos

Mal se podia ver o mundo novo que se descortinava

É nesse mundo, fantástico mundo,

que encontro você

Com seus meneios graciosos

Essa vontade intensa de acertar

Mesmo que amor já não tenhas

Que o coração implore por paixão

E o teu corpo arda em desejo

Tal qual a fotografia proibida

que se olha, furtivamente,

Que se guarda com carinho

Mas que se destrói pelo receio da denúncia