Saio de cena

Saio de cena

O que é feito de mim?

É madrugada agora

E o que me sobra são as sombras

Do que já fui um dia

O teu sorriso ainda não vi

Não me apaixonei por ele

Não me apaixono nunca

Sei bem os riscos de um amor pela metade ou menos

Sorrir também não sorri

É que meu Amor é assim:

Flerta com o descaso

A porta fechada para a vida

Janelas cerradas com concreto e lágrimas

E as chances de viver que joguei fora

Pelo receio de sofrer apenas agora

E pior é que sofri antes

E sofreria tudo de novo

Se Amar rima com vulgar

Amor rima com torpor

E não acredito que Só faz sofrer amor vadio

Mas, de vazio, também sofreria

Fui tão condenada a viver, que vivi

Aconselhada a não sofrer, que sofri

Mas amei

E - meus amores - são a porta e janela que ornam a minha vida,

Não importa o quão cerradas estejam,

quee a vida seja dada em passos

minúsculos

Que olhei para ti e não reconheci o amor de outrora

A vida sempre passa!

Eu me perdi agora, sei

Mas me reencontrarei - quem sabe - um dia

Em teu sorriso de perdão

Ou no olhar de sofreguidão, lançado em vão da alcova para a porta fechada, que avança para fora de minhas expectativas

Pirritinha
Enviado por Pirritinha em 07/01/2019
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