Saio de cena
Saio de cena
O que é feito de mim?
É madrugada agora
E o que me sobra são as sombras
Do que já fui um dia
O teu sorriso ainda não vi
Não me apaixonei por ele
Não me apaixono nunca
Sei bem os riscos de um amor pela metade ou menos
Sorrir também não sorri
É que meu Amor é assim:
Flerta com o descaso
A porta fechada para a vida
Janelas cerradas com concreto e lágrimas
E as chances de viver que joguei fora
Pelo receio de sofrer apenas agora
E pior é que sofri antes
E sofreria tudo de novo
Se Amar rima com vulgar
Amor rima com torpor
E não acredito que Só faz sofrer amor vadio
Mas, de vazio, também sofreria
Fui tão condenada a viver, que vivi
Aconselhada a não sofrer, que sofri
Mas amei
E - meus amores - são a porta e janela que ornam a minha vida,
Não importa o quão cerradas estejam,
quee a vida seja dada em passos
minúsculos
Que olhei para ti e não reconheci o amor de outrora
A vida sempre passa!
Eu me perdi agora, sei
Mas me reencontrarei - quem sabe - um dia
Em teu sorriso de perdão
Ou no olhar de sofreguidão, lançado em vão da alcova para a porta fechada, que avança para fora de minhas expectativas