OS BRINCOS DE LUA
Você sabe, moça. Sou louco amante.
Ganhei seus afetos de arte tã rica.
Mas, quando, como, aonde?
No tempo, na noite, na névoa da rua?
Não, nada disso!
Achei num espaço
seus brincos de lua,
que te encantavam
e teciam beleza tão rara
de soltas ações, criando tom de estrela
para a sua terna elegância,
mas tão distraída, deixou-os cair
quando ainda bailava
nas luzes da música
a valsa da sua euforia.
E a sorte me viu
quando me fez encontrá-los.
Não tinha outro jeito:
eu já te olhava, sonhava e chamava.
E então, com eles fiz trato,
acordo e tratado:
os levava de volta,
em troca da sua atenção.
E assim se fez o amor...