Andarilho
Distantes os caminhos por onde passei
Deslumbrei paisagens, nesses lugares
Ouvi na espera infinita as mesmas reivindicações
O vento forte pulsava as folhas dos pinheirais
E em mim acalmava toda agitação das cidades.
De que vale a semente que não fecunda?
Servir ao poeta as flores dos pântanos?
E como cactos nascem às crianças,
No bosque calmo e sereno da esperança
Restam aos olhos espectros plácidos
A dor vai embora, viva a plenitude...
A meia-noite estampidos lá fora,..
Na rua criatura desolada olha para o céu.
A garça dá meia volta e senta à beira da praia.
Não vejo o mar nem a terra natal, então choro.
Minha fraqueza é idêntica a dos pássaros
Que morrem nos parques floridos da primavera.
Na lembrança décadas de projetos idealizados.
Indiferentes os homens diante da vida.
Na lavoura o lavrador caminha suado
Surgem árvores calmas de antigos caules.
Andei sem destino...Conduziu-me a cidade.
Ninguém conhecia os milagres de Deus...
Descansar descansei, a sede matei...
Pediu para cantar cantei, me senti o máximo.
Não posso desprezar corpo nem reminiscência.
Eu sou como Drone voo sem destino, de alma vazia
Não tenho pressa para nada - nada é eterno
Fico sobrevindo, vendo ou fazendo acontecer...