ALIMENTO... LUZ.

Jamais escreverei ou direi palavras endereçadas a alguém.

Estas são as derradeiras.

São as Eiras das beiras de um caso esquecido.

São os sulcos dos sucos de um ocaso perdido.

São alpendres sem paredes,

Árvores sem redes,

São músicas sem som,

Pesadelos em sonho bom,

São fins sem início,

Da imensidão o resquício,

São sobras de uma linda ternura,

Do coração a singeleza mais pura,

É a triste constatação,

Da alma em sofreguidão,

O silêncio de um ser combalido,

É o grito de esperança descabido.

A partir de hoje endereço-me aos mais diversos pontos da natureza,

cantos e recantos da beleza,

postos dispostos nos mais belos lugares da realeza,

dirijo-me às flores, aos frutos,

aos amores, aos belos redutos,

comunico-me com as chuvas, com o pôr do sol,

desejo o sabor das uvas e o aconchego do lençol,

observo o mar e a terra,

a suavidade da ilha,

espero um lugar sem guerra,

admiro a organização da matilha,

Provo o sabor do vento,

um alimento que sempre seduz,

o amor... deixo ao relento,

pois mais importante é saciar-me de luz.

Por: Jaymeofilho.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 14/02/2019
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