Translucidação

O som da manhã veio iluminado,

Ao fundo a janela,

Aberta de pensamentos,

Cheia de contentamento,

Inclinada a revelar o som do mar.

Diferente, presente, cheio de novidades.

Alegre alento do furor renovado.

Mente revigorada, então me vi.

Desnudado pelos anseios de satisfação,

Não havia mais harmonia.

Amor! Cabeça a minha! Estavas sempre aqui!

E eu olhando a janela buscando contemplação.

Voe a liberdade dos pássaros e terás a prisão de voar.

Voe a prisão do sempre e terás o amor pra voltar.

Agora eu sei! Soltei-te! Não por faltar,

mas, por tanto voar, saber sempre onde irá pousar.

Na prisão libertadora do sempre, aos beijos mil dos anos já passados,

empunhados de calor cotidiano e amor restaurador.

Ouso amar-te de novo, por mil décadas apenas.

Ouso falar-te de novo, serás sempre novo,

olhar-te mais uma vez.