História apócrifa de todos os dias

Ele abriu a porta e afirmou que nunca mais

Partiu sem sequer olhar para trás

Ela chorou totalmente calada

Da vida não esperava mais nada.

Ele de passagem jogou no ralo o passado

Saiu caminhando transtornado

No ar a terrível sensação de tempo perdido

De ter tido cada castelo destruído.

No apartamento ela ficou inerte, parecia morta

Sequer se levantou para fechar a porta

Tanta paixão, tanto amor dissipados no ar

E o porque nem sabia explicar.

Eles permitiram que a incerteza entrasse

Que o implacável ciúme se alojasse

A rotina ficou sufocante e insuportável

Cada equívoco virou pecado imperdoável

As máscaras caíram e se fitaram dois desconhecidos

Dois solitários completamente perdidos

Duas existências em total contradição

Sem nenhum ponto de intersecção

No concorridíssimo e duro jogo da vida

O amor perdeu mais uma partida

Faltou compreensão, paciência, verdade

Não se encaixaram as peças da felicidade.

No adeus, todos morrem um pouco

O coração chora como um louco

Mas a esperança insiste mesmo agonizante

Ansiando a volta da felicidade, mesmo que por um instante ...

Ello
Enviado por Ello em 21/03/2019
Código do texto: T6604077
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