O MEDO DA LUA
A lua a muito tempo atrás tinha medo,
Medo esse que a tornava diferente,
Diferente de tudo nesse vasto universo.
E isso a mudava, não fisicamente,
Mas em decorrer do tempo
Dava para entender esses seus sentimentos.
Ela não conseguia entender,
Entender o que ela tinha feito ao criador
Quando criou as nuvens,
Que passeavam juntas derramando alegrias,
Quando criou as estrelas,
Que enfeitam a noite dando sentido a magia,
Quando criou o amor entre os homens
Formando a poesia...
E ela, ó céus!
Sozinha, solitária na imensidão da noite.
As vezes acordada, ela sonhava
E em quanto todos dormiam
Ela tocava-lhes
Fossem eles animais, seres humanos ou plantas
Fossem os rios mares e lagos
Fossem o deserto ou entre o beijo dos namorados.
Ela sonhava em estar nos corações,
Igual imagem refletida nos mares.
Queria estar feita a canções,
Presa a memorias dos eternos apaixonados.
Ela queria que depois que chegasse o amanhã
Ainda estivesse alguém ao seu lado...
Então, afronte a dor ela infringiu o medo
E pode entender que também poderia amar
Poderia espalhar algo só seu por entres os seres
Refazendo suas histórias
Recriando novos laços,
...entre amigos, famílias ou casais
Na lua de mel...
Assim ela pode entender
Que o criador tem seus mistérios.
E se seus momentos são feitos por ciclos
É porque tem um sentido...
Quando nova;
É porque um grande amor vem surgindo
Quando crescente;
É que este amor já está aqui,
Quando cheia;
O amor entregou-lhe a vida
Quando minguante;
O amor fez por fim o medo acabar.