SÚPLICA DE AMOR
Amor! Vim-lhe por insistência,
Deferência e intercessão de um anjo
Revisitar-te, para saber-te:
Como se faz com um velho amigo.
Há muitas coisas, tantas,
Que ficaram suspensas no vento
Enquanto mantive a razão no chão:
Agora findou a terra, o horizonte visível.
E meus olhos cerraram, voltaram para si,
Para ti, numa vertigem alucinante
Aguardando teu novo adereço em mim.
Há muitos vôos abortados,
Assustados pelo meu medo primeiro,
Atrelados à urgência de ficar aqui.
Agora findou a emergência, a prioridade.
Meus ombros cansados recostam em ti,
Os sonhos finalmente se alastram
Na imensidão noturna do SIM.
Urge nesse instante uma tua resposta,
Nos interstícios do meu silêncio.
Meus lábios algo auspicioso pressentem,
Pressagiam o doce néctar de tua boca:
É nela que se anula toda distância,
Nela que se supre a minha instância,
Nela que resgato o meu naufrágio, por fim.
Amor! Vim-lhe por insistência,
Deferência e intercessão de um anjo
Aninhar-me, para pedir-te:
Acolhe-me, outra vez, no teu abrigo.
© Jean-Pierre Barakat, 18.09.2007