PERDIDO NOS UNIVERSOS DOS VERSOS
[ANDREY TEIXEIRA] 28/8/2007
Eu poderia escrever milhões de cartas pra você
Observar o por do sol, curar minha dor no mar
Acender a luz da varanda pra te observar (pelo telescópio)
Na sacada de tua casa; eu admiro a escuridão
Que insinua amavelmente tua beleza
Na certeza de amanhã poder te cobiçar
Cheirar a terra molhada da chuva
Acariciar a lua, daqui mesmo da rua
E humildemente te eternizar
Eu poderia realizar milhões dos teus desejos
Andar tremulo pelas sensações que nem posso explicar
Amadurecer através dos sonhos que ainda tenho pra sonhar
Contigo, acordar, para dançar entre as folhas
Com o vento sutil do outono que se consagra
Na amarga canção da saudade constante
Porque o primeiro instante teve de ser frustrante?
Abraçar-te forte e confortar-te perante a lua
Observar estrelas caminhando em tua face nua
E apenas não querer mais acordar
Quero que o universo conspire,
Em mim, em você, entre nós, para nos juntar
Quero demais que a terra gire
Para nos aproximar (não apenas em corpo)
Para extinguir esse abismo que insiste em nos separar
Quero que o universo conspire...
O mesmo universo que adoro, contemplo e que moro
No universo que une meus versos nessa poesia falha
No universo dos versos rabiscados no verso da folha
Que expõem muito mais que belas rimas
Muito mais que simples desejos...
Muito mais do que eu, ou você, juntos, poderíamos entender
Jamais...