Teríamos nós a mesma dor consanguínea,
de raízes maiúsculas e insustentáveis,
a subir os veios do ser,
tomando tudo em derredor


Seria esta a mesma dor que não dorme ao silêncio
e cresce em luz e treva à volta das coisas,
livre e redonda,
sem jamais ignorar a espinha dorsal


Seria ela uma estrela em combustão
infundida subcutaneamente,
como uma mão obscena,
cheia de força e brasa,
a girar a chave da nossa insanidade,
e que, talvez nunca,
nenhum de nós dois tenha coragem de desfazê-la
para que não estanque ?


 
Ahhh...
No que depender de mim, que se faça plena a sangria !






 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 18/05/2019
Código do texto: T6650578
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