Meu grão de amor

...teu amor me diz que há uma rosa branca

no meu peito,

feito uma flor glamorosa;

Aberta para cada manhã, onde os frisos de nuvens

São filetes devidamente colocados no céu,

Como nuvens primorosas.

São portas sinceras, incondicionais,

A minha espera;

Quando troco meu olhar de horizonte

e vejo o riso frágil do teu céu...

Teus olhos roçam a minha pele,

Como a água de mananciais acariciando os vales;

Somos então a rebeldia negra do anoitecer,

Convidando as estrelas a passear

no palco de nossos olhares coesos,

Com suas faíscas e brilhos presos,

a coriscar o céu na fluidez dessa prisão...

Meus sonhos invadem as carícias da noite,

vou rolando em açúcar e algodão doce,

-Como são os teus beijos-

e o café da manhã traduz-me em vigília,

Onde riscas a fresta, amada,

que a tez avista depois da madrugada;

Sonho acordado, pois, me revela

e acalentas o meu peito,

-em alma perdida, que ainda é folha- e a rejeito,

Esperando mais do poema,

Como o tempo que dobra um tecido enrugado,

É o relógio retorcido pelas horas,

a supor,

Que é o momento eterno de nossas vidas,

Nas paredes voláteis do vento,

Colhido no campo, onde, outrora tu eras flor...

Deixa-me assim, a deitar em seus cabelos,

E anoitecerei num campo fértil de estrelas

para te contemplar.

Serão teus os meus primeiros raios de sol,

E, os teus braços, o lugar a que pertence meu abraço,

Na paz que tira o meu cansaço,

Com a voz anunciando o teu sabor de saudade.

Te encontro no balanço das ondas,

Assinto-lhe no antigo salgado do mar,

Onde meus olhos se fecham como janelas,

Que adentram o coração para sonhar contigo;

e mesmo sendo ocaso o meu oceano,

Tua candura me faz chorar.

Há doçura em nosso caminhar,

que, na ponta do seu dedo sela meus lábios.

Nele, acordo cedo, como noivas manhãs,

Só para encontrar o sossego do teu corpo,

Onde viajo como a pétala que se abre ,

e tu, em mim, poisas,

antes que eu vá cair ao chão;

Estando em comunhão viva com todas as coisas...

https://www.youtube.com/watch?v=NAEppFUWLfc

# # # # Nota de autor # # # #

Lembre-se de que você é a fonte, alguém insultou você — a raiva

irrompe de repente e você fervilha de raiva. A raiva está fluindo na direção da pessoa que o insultou. Agora você projetará toda essa

raiva sobre o outro.

Ele não fez nada. Se insultou você, o que ele fez de fato? Só lhe deu uma alfinetada, ajudou a sua raiva a aflorar — mas a raiva é sua.

O outro não é a fonte; a fonte está sempre dentro de você. O outro está atingindo a fonte, mas, se não houvesse raiva dentro de você, ela não poderia aflorar. Se você bater num buda, só provocará compaixão, porque só existe compaixão dentro dele.

A raiva não vai aflorar porque não existe raiva. Se você jogar um balde num poço vazio, ele voltará vazio. Se jogar um balde num poço cheio de água, ele sairá de lá cheio de água, mas a água será do poço. O

balde só a ajudou a vir para fora.

Portanto, a pessoa que o insultou só está jogando um balde em você, e ele sairá de lá cheio de raiva, do ódio ou do fogo que existe em você. Você é a fonte, lembre-se. Para praticar esta técnica, lembre-se de que você é a fonte de tudo o que projeta sobre os outros. E sempre que sentir uma disposição a favor ou contra, no mesmo instante volte-se para si e busque a fonte de onde o ódio está partindo.

Fique centrado ali; não dê atenção ao objeto. Alguém lhe deu a chance de tomar consciência da sua própria raiva; agradeça-o imediatamente e esqueça-o. Feche os olhos, volte-se para dentro e agora olhe a fonte de onde esse amor ou essa raiva está vindo.

De onde ela vem? Vá para dentro de si mesmo, volte-se para dentro. Você descobrirá ali a fonte, pois a raiva está vindo dali.

O ódio, o amor ou seja o que for, tudo vem da sua fonte. E é fácil encontrar a fonte quando você está com raiva, ou sentindo amor, ou cheio de ódio, porque nesse momento você está quente. É fácil voltar-se para dentro nessa hora.

A fiação está quente e você pode senti-la dentro de você e se guiar pelo calor. E, quando atingir um ponto frio interior, descobrirá de repente uma outra dimensão, um mundo diferente abrindo-se para você. Use a raiva, use o ódio, use o amor para mergulhar em si mesmo.

Um dos maiores mestres zen, Lin Chi, costumava dizer: "Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Eu tinha um barquinho e remava sozinho num lago. Eu ficava ali durante horas.

"Uma vez, eu estava no meu barco, de olhos fechados, meditando, numa noite esplêndida. Então um outro barco veio flutuando, trazido pela corrente, e bateu no meu. Meus olhos estavam fechados, então eu pensei. 'Alguém bateu o barco no meu'. Enchi-me de raiva.

"Abri os olhos e estava a ponto de vociferar algo para o homem, quando percebi que o barco estava vazio! Então não havia onde descarregar a minha raiva. Em quem eu iria extravasá-la? O barco estava vazio, à deriva no lago e tinha colidido com o meu. Então não havia nada a fazer. Não havia possibilidade de projetar a raiva num barco vazio."

Então Lin Chi continuou: "Eu fechei os olhos. A raiva estava ali. Mas não sabia como extravasar. Eu fechei os olhos simplesmente e flutuei de volta com a raiva. E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta. Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: 'Esse barco também está vazio'. Fecho os olhos e mergulho dentro de mim".

Meu amigo Chandra