Não há mais a pequena árvore de azaléias em frente à casa, no entanto, o vento presente, - o vento sempre está presente -, não se ri, não chora, mas ainda insiste em lançar a saudade fotográfica nas molduras das janelas. 
Insiste em perfumar o jardim por trás das retinas.
 
Ainda há pouco o sol acariciava à porta, e ao cerne de sua luz cantante acendia uma memória ainda mais audaz.
 
Estendi-lhe o olhar com ternura. Ofereci-lhe uma manta íntima, para o descanso dos pés.
Sentei-me à sua frente, havia sinais de igualdade entre nós.
Aproximei-me deles.
Escutei-os com paciência, à espera de aprender a ler a sua linguagem.
Por instantes as confidências arderam à atmosfera, como segredos dos amantes.
E ao fundo da alma, um clarão excedeu o próprio lume, e sem saber por que, senti que o caminho daria no mar.
 

 





 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 22/05/2019
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