AI, QUE SAUDADE

Ai que saudade da aurora da minha vida,

Do meu tempo de infância querida,

Das brincadeiras inocentes, dos folguedos e alegria,

Da ternura, da pureza e do amor que contagia,

Do respeito ao dom maior da natureza

Presentes de Deus, com certeza,

Que nos ensinavam que sim era sim, não era não

E que o resto era fugir do projeto da criação.

Ai que saudade da criança que vivia em meu peito,

Que se transformou neste homem sem jeito,

Aterrorizado e triste com tanta mudança

Que insiste em acabar com a pueril esperança,

De viver a mansidão e a humildade

Conselho de Deus para a humanidade.

Ai que saudade das brincadeiras de rua,

Da primavera, do sol e da lua,

Das badaladas da Ave-Maria,

Chamando a todos para a reza de cada dia.

Com o que comparar o mundo de agora?

Só restaram cinzas do mundo de outrora,

De uma Fenix que insiste em renascer

Trazendo de volta a vida do amanhecer.

Mas enquanto houver alguém com alma de criança,

Estará bem viva a esperança

De ver o mundo sonhado pelo criador

Voltar a ter do céu o explendor.

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 26/05/2019
Reeditado em 20/11/2021
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