Meu e sua

Por que você ignora esse tanto?

O estar não me parece ser o bastante.

A gente muito inventa o agora.

Pinta céus e faz nascer em instante.

É bonito traçar história.

Faz ressurgir e, por aqui, florir.

E se eu disser que desabrocha em mim?

Meu bem, ainda, nem é primavera.

Você me prova, sem sequer insistir.

O seu olhar me colore toda à distância.

O desenho, tão certo, da sua boca

Gruda no existir, sem precisar pedir.

É a sua textura que tateia meu espaço.

E seu peito dorme e se deixa em mim.

Adia qualquer tempo ruim.

Não decida mudar.

Você sabe como me adivinhar.

Não quero ter dias indiferentes e cinzas.

Ou tão iguais, sem você, em sinais.

Preciso do sorriso colado para me enxergar.

Permita que eu possa viajar

No perfume e no cheiro da sua nuca.

Invadir em arrepios e o afago preparar

No encontro dos meus dedos com detalhes seus.

E nosso amor, por dentro, tudo a costurar.

Veja que não há qualquer desculpa.

Nem dia, ou hora certa.

Nosso pouco fala e muito esconde.

É a fórmula

Que aprendeu a ser codinome.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 27/05/2019
Reeditado em 27/05/2019
Código do texto: T6657555
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