Flecha e Teia

Você pega

Da sua aljava

Chamada pulmão

Palavras perfurantes

As entrelaça em sua língua

Abre a sua boca

Tal qual um arco

E dispara

Nada

Flechas ao mar

Sem nada a entregar

Não sabem nadar

Pois o silêncio

Não consegue amar

No entanto

O não-feito das palavras

Torna-se feito

Pela teia que compõe

A casca da mente

Cama que me emberça

Cada ligamento, cada peça

Coloca - me a dormir

Cada pé meu, põe me a ir

Donzela vermelha

Conte - me seus

Medos

Desejos

Segredos

Sentimentos, quero vê - los

Dias com você, quero tê - los

Juramentos de amor, quero lê - los

Confissão de amor

Falada

Enovelada, e no fim

Calada

Teia, por suas mãos

Laçada

Donzela vermelha, no epílogo

Amada

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 31/05/2019
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