Viver novamente
Caminho em meu pesadelo impenetrável das trevas,
A perscrutar tudo aquilo que de meu pensamento desassossega,
De meus olhos a luminescência já não vê,
Tornei-me a própria solidão.
Da lua ouço o cântico de clemência,
Do perdão que a meu peito nunca pude afagar,
De minha lástima de sangue em meu rosto,
A ti foi declarado todo o meu clamor.
Neste dilúvio de pecados de teus olhos sobre os meus,
Hei de ouvir tuas singelas preces em meu nome,
Pois sinto tua aura em meu coração,
De minha cegueira, em ti, fiz minha visão.
No desvelamento da noite,
No eclipse de tua essência a vislumbrar,
Nesse esperar de eternos dias e eternas noites,
Hei de encontrar teu sorriso que a meu coração fará despertar.
Quando o nevoeiro despedaçar,
Alcançarei os céus e irei esbravejar,
Pois a meus pedidos foram ouvidos e atendidos,
Vieste ao meu encontro pelo caminhar dos anjos.
Então de meu ser, uma luz ressuscita,
De meus olhos que já viram o mundo, é a luz magnífica,
Do amor que fecunda e gera gentileza,
Não será a tristeza, nem mais, uma eterna proeza.
E então dos céus e mares, surgirá um anjo,
Que a meu espírito irá afagar, com teu amor, curar,
Toda amargura irá desfalcar,
E o amor então, prevalecerá.
E de pacto de sangue, juro Amar-te, além da luz e da escuridão,
Pois de de ti o meu amor foi brotado,
E iremos do poema tornar-se ascensão,
Pois fez viver em mim, novamente, o meu coração.