Arqueologia
Somos o resto de uma civilização perdida
Rastejamos no solo à procura de restos,
indícios da sabedoria de ouro de antigos sábios
.
Abrimos buracos nas grutas ocultas
Escavamos na terra preciosa os ossos de antanho
Nas pedras eloquentes, nos papiros amarelecidos
procuramos registos da vida passada
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Enquanto sem futuro nos destruímos
.
A Terra nos deu
A Terra nos engole. E de vez em quando
renascemos, e rastejamos...
Rastejamos, sempre
até nos perdermos novamente
.
Quase à beira da morosa
conquista de uma sabedoria
Quase a ponto
de aceitarmos a nossa origem remota
.
E quase a ponto de nova destruição
.
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© Myriam Jubilot de Carvalho
18 de Janeiro de 2018