FEBRE DO AMOR

Na ardência da febre

O corpo debilitado

A alma do poeta quase expirada

As mãos clamando por uma pena

E um imprestável, que de poesia

Não entende nada

Sussurra, exalando o hálito saudável:

— Dias melhores virão!

Ai! Dia de cão

Quem dera, ali, no leito

Houvesse um doutor do amor

Carregando no peito o emblema precioso

A pena, o gozo do poeta

A pena...

Assim, mesmo a queimar de febre

Com a alma vendo a morte

O poeta sopraria com alívio

Diria: — enfim, alguém entendido

Um cara amigo

Que sabe que preciso da pena

E não de sorte.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 20/06/2019
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