Se refaz

Onde está o respingar da inquirição não feita pelo calar que balbúrdia?

Onde está a melopeia dos anjos celestiais que entonam no céu colossal?

Onde está o desenlace dos mistérios dos espíritos que amam?

Onde está a ingenuidade daqueles que pelo perdão proclamam?

Onde deves estar, fatal decifração?

Por onde caminhas que aos meus olhos não vejo,

Onde está tu que ao meu corpo é somente um desejo,

Navegas pelo oceano das estrelas que ecoam eternamente teu brilho flutuante?

Ouves a melodia, que pelo próprio amor foi composta,

Ouves a língua dos anjos, da própria inocência e pureza,

Ouves e terás com tu somente uma única certeza,

De que todo amar sempre existirá e jamais virá com ele a fraqueza.

Nem os profetas que profanam e nem todo bedelhar que nada diz,

Jamais, ninguém saberá discorrer e será um eterno aprendiz,

Realistas são os que escrevem o que já viveram, devaneador são aqueles que escrevem o que desejariam viver,

Todos os dois são tolos, um é tolo por ter descoberto a dor, o outro é tolo por sonhar vivê-la.

Mas, de meu pensamento, quem seria eu para dizer-te algo?

O amor não se explica, não é algo contado,

Jamais responderia que é um afago que nada trás,

Mas é no amor que tudo vem e se refaz.

Maria Fernanda de Araújo Dantas
Enviado por Maria Fernanda de Araújo Dantas em 23/06/2019
Código do texto: T6679430
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