Passou Efêmera
O Universo inteiro que se exibe em ti
Telescópio nenhum é capaz
De mostrar o que vejo nítido assim
Com meus meros olhos mortais
Em teu olhar habitam estrelas diversas
Não mais procuro no céu o infinito
Acho em ti constelações incertas
Em posições inversas se tornam abrigo
Se o sol nasce em teu sorriso
Onde pode a lua estar?
Dia e noite a luz que preciso
Girassol e orvalho a lhe procurar
Se em tua cintura
Meus braços acham conforto
Anéis de Saturno
Se mostram com gosto
Se tu és água farei-me terra
Encaixe do rio ou mar
Se em mim deságua e encerra
Me faço em ti ficar
Tua demora assim despercebida
Se faz meteoro em meu mundo
Atraso e chegada concebida
Aparece e refaz tudo em um segundo
Nuvem eu hei de ser
Para tua chuva guardar
Mas caso ela queira descer
Lenço serei para secar
Tornado e brisa
Vai e vem
Em Marte avisa
Há vida refém
Em mim:
Nasces semente
Dormes árvore
Fazes presente
Voas ave