Em meus olhos
És o príncipio do coração que caminha pelos penates celestiais,
És a chama da vida dos que bedelham do cantar tua luminescência,
És o ar ancestral que vagueia o
tresandar dos mundos,
Teu fascínio flutua até nas falésias dos horizontes mais profundos.
És a egéria dos arcanjos voando nos céus da criação,
És o oceano dessas almas fugitivas da razão perscrutando a quimera de teu amor,
És o chão que sustenta os corações desolados de cada lástima que clama,
És o alumbramento do próprio pensamento que a tua beleza proclama.
És a ressurreição e o falecer de todas as coisas que um dia existiram,
És a melopeia da comiseração dos deuses que a ti amam e a tua sapiência apaixonante,
És o anunciação do início e o desenlace dos fins,
És a luminescência dos astros e de todos os confins.
És tão bela a banhar-se na luz que dos quatro cantos ecoam,
És tão bela quanto a leveza e o cantar das criaturas que flutuam no tempo de teu coração,
És tão bela quanto a fonte de inspiração para a criação dos anjos que por ti foram consagrados,
Teu amor é a gravidade que mantém viva a memória de todos os povos.
Se um dia não enxergares a beleza da essência de teu existir,
Darei a ti meus olhos que louvam e clamam o teu afagar,
Tu concebeu o amor neste coração que vive e desvive todos os dias pósteros,
E no dia que deste mundo partir, darei a ti também meu coração, para que sempre possas existir.
Se bispar-se um dia de meu vislumbrar embevecido,
Teu amar-se irá dar-se por tua existência vencido, amando-se sobre todas as razões,
Mas, alguém te amará mais, como a essência dos sonhos não sonhados e a axioma não vivida,
Ninguém irá amar-te imensamente quanto o meu coração, que a mim trouxeste a vida.
Meu coração ama-te como todas as estações que não vivem na aurora estelar,
Amo-te, mais que a meu respirar e a meu sonhar que por ti esperou,
Ninguém irá amar-te mais que meus princípios que por ti proclamo,
Pois o meu coração de compaixão a cada segundo mais só sabe pensar, eu te amo.