Vem...
Vem, durante nosso sono,
Para que te acolha num abraço.
Vem me amar e me receber
Na entrega que a ti me faço.
Vem, naquela parte do sono
A que o vulgo chama sonho.
Vem ocupar o teu lugar
No pedestal em que te ponho.
Vem te deitar em meu peito
E ouvir nele o calmo pulsar
De um coração apaixonado
Que só quer teu nome gritar.
Vem, aceita meu convite
Para assumir o que é teu.
Vem misturar nossos fluidos
Dá-me teu corpo, toma o meu.
Entre ósculos profundos
Vou mergulhar-te em torpor.
E o dia nos descobrirá
Vivenciando nosso amor.
Mas, vem...
E dorme abraçada por mim.
Eu, cofiando teus cabelos,
Te farei tranqüilo o sono,
E livre de pesadelos.