Marujo

Olho o verde bosque

Atiro-me no profundo mar

Encanta-me a obra, a arte,

A parte que me restou.

Capto conchas apagadas

Recolho algas estraçalhadas

Apanho polvos sem vida

Sobre os tentáculos vencidos.

Canto o amor dos pólipos.

Miro as estagnadas abobadas

Percebo vida sem muco

Agarro-me actínia vermelha

Misturo-me à massa protegida.

Observo o alvéolo salsa

Protejo poupas vísceras

Que determina o peso do mar.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 31/07/2019
Reeditado em 31/07/2019
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