Um grão de areia

A poeira correu o Saara,

Os camelos caminham serenos,

Os beduínos cobrem os rostos,

Tempestade de areia a chegar.

O sol escaldante nada perdoa,

Miragens de água povoam a visão dos homens,

Mas embora a necessidade do corpo tenda a querer se enganar,

Eles sabem que devem ir a frente, sem acreditar.

O amor tem essa necessidade de água.

O amor tem essa vontade de beber na fonte mais próxima no deserto,

E quanto mais sede sentimos por esse amor,

As miragens surgem nas nossas vidas.

Os camelos nos guiam com a sua sabedoria natural,

Para as fontes de prazer e saciedade de alegria,

Mas muitas vezes as areias do deserto,

Levantam nuvens de tempestades em nossas vidas.

E o que parecia estar perto,

É apenas uma miragem,

E com todo o nosso esforço para alcançar a fonte da felicidade,

Continuaremos com sede pois tudo pode ser uma grande ilusão.

Um dia alguém com muita persistência,

Alcançou uma parte deste deserto tão desolador,

De amor não correspondido ou não eterno,

E achou um oásis com muita água e tamareiras.

E quando este oásis encontrou,

Teve a certeza de que o amor é um grande deserto,

E somos beduínos que andamos por toda esta extensão de areia,

Em busca de saciar a nossa sede por felicidade.

E esta felicidade só encontrada nos oásis,

Tem a face coberta por um véu,

Que somente os românticos saberão como os baixar,

E dizer com todo o seu ímpeto: és minha, e eu te amo.