SANTUÁRIO DA BELEZA

Santuário aparatoso de uma beleza rara,

És a pomba alada postilhã do meu amor,

Esta distância estólida que a nós separa,

Geografia somática do teu fiel professor.

Na plenitude dos teus desvelos, eu desejo

Degustar os teus beijos em dissímil sabor;

Espero o momento do meu previsto ensejo,

Abraçar-te em louca com todo meu ardor.

Anatomia perfeita é a ótica em que te vejo,

Dois olhos azulegos em manifesto fulgor,

Mãos que afagam são mãos que eu almejo,

No meu corpo tocar, em gesto acariciador;

Teu açude de lágrimas são águas que velejo,

Unindo nossas almas sem qualquer divisor.

Riva. 049

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 04/11/2005
Código do texto: T67234