Pelo seu bem, esqueça-me !
Sim, eu sei que ninguém sabe...
Eu vivi por mais de cem mil anos assim no escuro.
E lamentei por todas as vezes que você saiu batendo a porta,
mas voltava sempre ao amanhecer, com sua dependência de meus carinhos.
Isto é triste querido, não tem nada de bonito.
O amor que me dedicou, jogo no lixo.
Assim como todas as pontas de cigarros consumidos na noite passada.
Eu amo suas frases mendigando atenção do meu corpo macio e quente, porém não seu.
Eu amo todas as vezes que você levanta na intensão de sair e volta com os olhos rasos d’água, pedindo perdão, ajoelhado diante do meu olhar frio e indiferente.
Isto não é vida, querido.
Eu não sou nada em você e nem desejo ter sua vida amarrada ao meu egoísmo.
Deixe-me esta noite, antes que a lua venha nos visitar.
Antes que o álcool seque em nossos copos sobre a mesa.
Antes que o sol faça seu corpo lembrar do calor do meu abraço.
Pelo seu bem, querido, esqueça-me !
Jamais verá uma lágrima sequer em meus olhos.
E quando sair, jogue a chave por debaixo da porta.