Pelo seu bem, esqueça-me !

Sim, eu sei que ninguém sabe...

Eu vivi por mais de cem mil anos assim no escuro.

E lamentei por todas as vezes que você saiu batendo a porta,

mas voltava sempre ao amanhecer, com sua dependência de meus carinhos.

Isto é triste querido, não tem nada de bonito.

O amor que me dedicou, jogo no lixo.

Assim como todas as pontas de cigarros consumidos na noite passada.

Eu amo suas frases mendigando atenção do meu corpo macio e quente, porém não seu.

Eu amo todas as vezes que você levanta na intensão de sair e volta com os olhos rasos d’água, pedindo perdão, ajoelhado diante do meu olhar frio e indiferente.

Isto não é vida, querido.

Eu não sou nada em você e nem desejo ter sua vida amarrada ao meu egoísmo.

Deixe-me esta noite, antes que a lua venha nos visitar.

Antes que o álcool seque em nossos copos sobre a mesa.

Antes que o sol faça seu corpo lembrar do calor do meu abraço.

Pelo seu bem, querido, esqueça-me !

Jamais verá uma lágrima sequer em meus olhos.

E quando sair, jogue a chave por debaixo da porta.

Ana Beatriz
Enviado por Ana Beatriz em 29/09/2007
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