Paranóias

I

A minha loucura

É querer ser sua

Quando te vi passar

No meu olhar,

Eu me deixei levar

Pela minha teimosia

De tudo o que eu via

E achava estar no seu coração

E o que me flechou

Rasgou

E quase me matou

De amor...

Se eu coubesse

No laço

Do seu abraço

E nesse embalo

Eu sentisse o afago

De tudo o que é bom pra ti!

Se eu pudesse te abraçar

E nos abraços te levar

Caminhando no luar

Do nosso amor: beijar

E quase me acabar

Dentro do seu olhar

E me exalar

Do cheiro do seu amar,

E nesse nosso caminhar

Só haverá luar.mar.ar

Com todas as flores á regar...

II

Eu queria abraçar a luz do seu olhar

Segurar em suas mãos

Afim de aquecer a alma

A fita do meu sonho

Poderia caber na palma da sua mão

E eu nem sequer enxuguei os meus olhos...

Aquela imensidão de estrelas do meu coração

Só queria iluminar a sua vida

Mas eu rolei escada a baixo,

Dez dias de cama!

Doce Nutella sujando meus lábios

E eu sentada atrás da porta do banheiro

Retrato na mão,

Triste solidão!

Eu vi o fogo queimando seus lábios

Quando comia uma coxinha

E eu estralando os meus dedos

Ao ler uma revista de horoscopo

Enquanto minh’alma dançava

Fazendo vento em seus ouvidos

Coma a bipolaridade do meu interior

As vezes fogo,

As vezes gelo,

As vezes ferro,

As vezes mordo...

É preciso provar outras carnes

Antes que se prenda,

Beijar a boca do oceano

Sem contar os grãos de areia na praia

Batom vermelho

Vestido preto

Taça de champanhe na mão

Cabelos ao vento

Me leve

[...]

Como é bom sentir a brisa por debaixo das cortinas

Beber do pôr-do-sol

E se aventurar na imensidão das estrelas