espelho
a noite em casa defronte ao espelho
todos os medos voltam a ter vida
o creme demaquilante retira
a máscara que encobre os seus medos
as verdades por de trás do vermelho
e ela chora a dor de um amor ausente
rasga o sorriso que deu de presente
esconde as lágrimas de desespero
colhidas pela face sem esmero
os pobres olhos de um coração doente
se lembra que o tempo passou rápido
engole o sal que desce pela boca
e chega a pensar que pode estar louca
a pele enrugada desbota no ácido
seu corpo no espelho se torna flácido
as cores que sujam o algodão
deixam vestígios na palma da mão
segredos que ninguém pode saber
que nem mesmo o sabão pode esconder
sofrências da mulher em solidão.