Colombina, Arlequim e Pierrot
Vou-lhes contar uma pequena história de amor
Que se iniciou no século XVI, na Itália e atravessou o mundo em um vôo de beija-flor
Era uma vez uma moça de semblante encantador
Colombina era teu nome, uma bela jovem
E na sua alma abriu o coração para que morem
Ao mesmo tempo Arlequim e Pierrot
Com o primeiro se casou
E com o segundo, Pierrot
Na mais pura pobreza seu amor provou
Colombina era delicada
Educada
Empregada
Refinada
Arlequim: oportunista e espertalhão
Sedutor intrigueiro
De passo ligeiro
Pierrot, um homem de boas intenções
Apaixonado por Colombina na mais pura das anunciações
E assim se fez um amor de carnaval
...
Na dor das lágrimas de Pierrot,
Pierrot a quem nunca ninguém fez mal
Ele viveu durante anos um amor platônico, espiritual
Um dia Colombina achou seus escritos
Totalmente aflitos
Que diziam o amor mais puro Em um coração inseguro:
Eis a carta:
Oh! Amor cruel
Tomou-me e banhou-me como mel
Serei um sofredor do céu?
Colombina casou-se com Arlequim
E eu rezei ao anjo Serafim
Para não morrer sobre a lágrima no fim
Oh Colombina!
Esta é a minha sina!
Amar-te eternamente
Um sofrimento latente
Salve-me oh tufão!
Mate-me se quiser do coração!
Lance-me contra uma pedreira!
A qual em lágrima transformei em cachoeira
Colombina, então, descobriu o amor verdadeiro
E mudou seu paradeiro
Abandonou o espertalhão Arlequim
E escutou as preces escritas nos versos do Pierrot e seu anjo Serafim
Colombina encontrou o amor eterno
Num sofrimento de inverno
Mas nos carnavais...
Revive o amor escondido com Arlequim, o sedutor
Às vezes caindo em seu semblante encantador