Olhos cheios de tristezas
O mundo não me reserva nada!
Nem sorte,
nem amores improváveis, muito menos o alívio do fardo carregado
que doem aos ombros
curvando-nos a cabeça em eterna reverência.
O açoite marca o meu dorso,
sangrando,
abrindo feridas incuráveis na pele branca
de alma negra revestida
pela doçura dos olhos cheios de tristezas.
Os espinhos ferem os pés descalços,
andante promesseiro,
transpirando o suor da fé
na incerteza da “dádiva graça”
de crer no impossível.
Os elos das correntes quebraram-se,
libertou-se o que se havia encarcerado,
ressurgiu,
Houve uma segunda chance,
um passo para a redenção
do cárcere imposto pela própria vida.