além da ausência
O vento traz a chuva sobre a minha janela,
eu também estou chorando como esta noite,
não sei o que restou de nós
além da ausência.
Quem sou eu?
Quem soprou no meu coração que eu tinha um amor?
Repasso nas lentes dos meus olhos o que vivemos,
a boca amarga, deixou de sentir o seu gosto,
suas mãos não correm mais entre os meus cabelos,
fiquei só na imensidão do nada
rebuscando o que não há
querendo tudo o que já não posso ter.
O vento traz a chuva sobre a minha janela,
o poema trava as palavras
tudo parece tão incompleto
como os sorrisos que não recebo dos seus lábios
nem o aconchego dos seus braços,
pois estou com medo e não tenho abrigo
para abafar meus anseios
de nunca mais sair deste abandono.