Barco à deriva
Tão quão vos pertenço em tudo de mim,
Que já não sei de mim
Nem aonde deveria estar.
Sei apenas que fui envolvido na mais tenra teia,
Que me prendeste nesta cela fria
Como uma criança indefesa
A proteger-se do frio
Nos braços quentes do amor.
Não temerei mal algum,
Mas estou só entre as fileiras insensíveis da solidão,
Tu me deixaste morrer na dor do meu coração
Feito um barco à deriva
Escolhendo o rumo do infinito.