Lágrimas de sangue
Os pinceis pintam em tela branca manchas coloridas,
Borrões tingidos em misturas de cores
Que surgem do nada
E transformam a escuridão das palavras em versos.
Eu tomo em minhas mãos a dor que me consome,
Tiro os meus sapatos para andar descalço sobre a grama
E desalinho os meus cabelos para culpar o vento que passa
Pela solidão fria e indesejável que atormenta
Deixando o meu coração tristonhamente mortificado.
Não queria ser um poeta com lágrimas de sangue,
Tão pouco um zumbido entre às árvores frondosas de Ipê,
O que verseja entre os lábios
É o som da minha voz no entardecer
Que modifica a paisagem
Na despedida do sol ao nascer do luar de prata no horizonte.
Os pinceis pintaram a tela branca com manchas coloridas,
Surgiu o teu rosto,
Vindo da sombra,
Do sonho que eu sonhei arrependido.