Demasiadamente tarde
A morte não me trouxe saudade das batalhas,
não sei mais como lutar
e vejo as minhas forças esvaírem-se
como água pela correnteza.
A morte não abriu os meus olhos para a verdadeira realidade,
os dias ainda são obscuros
e o tremor das minhas mãos
são tão visíveis
quanto o medo que tenho de sorrir.
A morte não me revelou os segredos tempestuosos,
o meu coração permanece tão vazio
como jamais deixará de ser ...
Meu grito permanecerá preso na garganta
e o silêncio concordará com a minha penitencia
de viver para contar às estrelas.
A morte não fará de mim um verso inacabado,
eu voltarei sobre o pretexto do não contentamento,
em não querer ser eterno,
de fazer da solidão um refúgio,
de chorar copiosamente os meus temores
e abraçar o amor
antes que seja demasiadamente tarde.