Solidão das almas
Quão intoleráveis somos quando não sabemos de nada!
O involucro que reveste as causas
não resiste aos prantos que serpenteiam a verdade
e nem o desarrumar dos livros na estante.
Quantas coisas sobrevivem depois do anoitecer,
o velho que dorme, o sol que se esconde,
o mar quebrando na praia,
os seus pés na areia fina,
o amor morrendo e renascendo na contramão da vida.
Eu não sei quantas palavras serão necessárias,
já não há como ouvir a voz no infinito,
o toque mágico de Deus
fez surgir o arco-íris
demarcando o horizonte no inalcançável além
que os meus olhos podem alcançar.
Sorriremos um tanto quanto amarelado,
não haverá motivos plausíveis,
pois sorriremos apenas para esconder nossas lágrimas
pelo futuro incerto;
pelas sementes infrutíferas,
pelo chão estéril,
na agonia da fome,
no medo da morte,
na solidão das almas.