Solidão das almas

Quão intoleráveis somos quando não sabemos de nada!

O involucro que reveste as causas

não resiste aos prantos que serpenteiam a verdade

e nem o desarrumar dos livros na estante.

Quantas coisas sobrevivem depois do anoitecer,

o velho que dorme, o sol que se esconde,

o mar quebrando na praia,

os seus pés na areia fina,

o amor morrendo e renascendo na contramão da vida.

Eu não sei quantas palavras serão necessárias,

já não há como ouvir a voz no infinito,

o toque mágico de Deus

fez surgir o arco-íris

demarcando o horizonte no inalcançável além

que os meus olhos podem alcançar.

Sorriremos um tanto quanto amarelado,

não haverá motivos plausíveis,

pois sorriremos apenas para esconder nossas lágrimas

pelo futuro incerto;

pelas sementes infrutíferas,

pelo chão estéril,

na agonia da fome,

no medo da morte,

na solidão das almas.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 12/09/2019
Código do texto: T6743716
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